O Prefeito José Ailton Brasil talvez por ter sido eleito e reeleito mandatário maior do Crato, começou a achar que estava acima de tudo, acreditou que era o maior líder político do Cariri, impondo a si próprio uma importância um tanto exagerada, acreditava que a sua intuição estava sempre certa e que qualquer coisa que fizesse estava corretíssima por definição. Por ter sido eleito deputado estadual, logo após foi eleito prefeito e reeleito, considerou-se acima do bem e do mal.
O certo é que a vaidade o levou a se comportar como o tal, como se nada ou ninguém pudesse lhe alcançar em seus devaneios ou pudesse lhe acontecer algum mau. Dizem os mais entendidos que esse tipo de comportamento tem o nome técnico de “húbris”. Na tragédia grega, o herói, no auge do poder e do sucesso, perde a noção de seu próprio tamanho, adquire uma confiança desmesurada e comete a húbris, a empáfia que desafia o destino. É ai que ele ouve a gargalhada dos deuses e é destruído.
Dizem os estudiosos que na Roma antiga, o general vitorioso desfilava, diante da multidão em delírio, até o Senado, onde recebia as devidas honrarias. Atrás dele ia um centurião, que repetia de vez em quando: “Lembra-te de que és mortal.”
Montaigne,no século XVI, ensinou que só se pode julgar se uma vida foi bem sucedida no momento exato em que ela chega ao fim. Até lá, nunca se sabe.
FALTOU UM AMIGO
Pelo que denoto, faltou um amigo ao prefeito, se é que ele ainda tem algum ao seu lado, falo de amigo do peito, amigo de fé, irmão camarada(royalties para o cantor Roberto Carlos), amigos de inúmeras caminhadas e várias jornadas. Aquele que sempre chega certo nas horas incertas.
Faltou ao prefeito José Ailton Brasil um alguém que lhe chegasse e dissesse: prefeito, o senhor está enganado. Muita coisa ainda pode dar errado. E, do jeito que vai, vai dar. Vale a pena se interessar pelos clássicos, prefeito. Eles têm coisas a ensinar. Até a alguém infalível como o senhor. Prefeito, faça o impossível para manter o equilíbrio e busque ao máximo obedecer a liturgia do cargo.
P. S. – Após a publicação deste artigo, o prefeito ou algum “assessor especial” poderão classificá-lo como absurda a minha decisão de assim pensar e externar. O prefeito José Ailton Brasil e alguns que o cercam, recusam-se a entender a gravidade do momento que passam. Se insistirem nessa toada, poderão se perder no tempo e no espaço, se é que já não se perderam, passaram do timing. Bom saber que pés no chão, equilíbrio, realismo e humildade quando se está no topo do poder, sempre são necessários para se ter vida longa.
P.S. II: Artigo escrito com a ajuda de pesquisas à história antiga. Sendo assim, estamos para lá de conversados. Sorry periferia política!!!!!