Julia Lindner
Estadão
Ministros palacianos alertaram Rui Costa (Casa Civil) que ele está com a cabeça a prêmio. Ou melhora a relação e recebe mais deputados e senadores ou a pressão no Congresso por sua queda pode se tornar insustentável.
Nos últimos meses, integrantes do PT já haviam sugerido que o ministro-chefe da Casa Civil atuasse mais na articulação política, mas ele descartou totalmente a ideia.
Assim, o ex-governador baiano virou o maior alvo no Congresso, com críticas diretas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que manifestou a insatisfação ao presidente Lula, no café da manhã no Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira.
Lira, segundo relatos, chegou a sugerir que o presidente trocasse Rui por outro nome mais afinado com os congressistas. Por ora, Lula tem resistido a fazer mudanças no Planalto, embora admita trocas pontuais em outras pastas da Esplanada.
Recentemente, Rui recebeu vários recados do Parlamento. Primeiro, na votação do marco do saneamento. Depois, na MP dos Ministérios, com a retomada da Funasa e a falta de previsão da transferência da Abin para a Casa Civil.
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE – Rui Costa é um poço de vaidade e arrogância. Chegou a dizer que a extinção da Funasa era “irreversível”, mas o Congresso mostrou-lhe que estava enganado. Quanto à sua demissão, Lula já deveria tê-lo detonado quando ele aprovou sua mulher, uma jovem enfermeira, para ganhar R$ 41 mil mensais como conselheira no Tribunal de Contas da Bahia. Seria uma demissão a bem do serviço público, e Rui Costa assim se transformaria numa ausência que preenche uma lacuna.