Carlos Newton
Depois da operação do Punhal Verde e Amarelo, os integrantes da cúpula das Forças Armadas e os militares envolvidos no golpe entraram em pânico, devido à possibilidade de haver novas delações premiadas, especialmente no tocante ao general Mario Fernandes, aquele que tem boca suja e não diz nada que preste, é impressionante que tenha chegado a general de brigada.
A grande imprensa anunciou repetidas vezes que o ex-comandante dos “kis pretos” tinha lido o relatório da força-tarefa do ministro Alexandre de Moraes, para avaliar a delação, que estava sendo defendida com entusiasmo pela família dele.
DEFESA DEFENDIA – O primeiro advogado de Fernandes, Raul Livino, deu declarações à imprensa, confirmando que a delação premiada poderia ser uma das opções do réu, especialmente se percebesse que iria ser condenado sozinho, enquanto muitos outros envolvidos ficavam incólumes.
Na semana passada, porém, o criminalista Raul Livino foi dispensado e o general Mário Fernandes contratou o advogado Marcus Vinicius Figueiredo, que rejeita a possibilidade de delação premiada.
Até agora, Fernandes é o único general preso preventivamente no inquérito do golpe, como um dos idealizadores de um plano mirabolante, batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
VEM A ANISTIA – Em tradução simultânea, o general de brigada Mário Fernandes refluiu da delação premiada, porque já foi informado de que os comandantes da Forças Armadas pediram ao presidente Lula que defendesse a aprovação da anistia, em reunião fora da agenda, no Palácio da Alvorada, dia 30 de novembro.
Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, a sugestão foi de uma anistia que “zerasse o jogo” e “desanuviasse o ambiente político”.
Lula ficou satisfeitíssimo, porque sonha em enfrentar novamente Bolsonaro e ganhar a eleição em 2026, mesmo que depois renuncie e vá tratar da vida.
P.S. 1 – Nesse clima, é melhor esquecer as delações e aguardar a evolução dos acontecimentos. Como se sabe, Lula é muito esperto e não vai perder a chance de se consagrar como o segundo Pacificador, porque o primeiro já está na História – é o Duque de Caxias.
P.S. 2 – Caramba, amigos, só agora me toquei que hoje é 13 de dezembro e está fazendo 58 anos que venho atuando como jornalista de política. Faz também 56 anos que foi assinado o AI-5 e que nasceu o ministro Alexandre de Moraes. Talvez essa conjunção dos astros explique o comportamento ditatorial do ministro do STF, que devia se mancar e manter uma postura mais democrática. Mas quem se interessa?