Carlos Newton
Moraes está tolhendo a liberdade de expressão, diz Musk
É impressionante o que está acontecendo na Justiça brasileira, que se transformou em motivo de chacota no exterior, a ponto de tirar de seus cuidados até mesmo Elon Musk, o mais importante empresário do mundo, como fundador e CEO da empresa de foguetes SpaceX; CEO da marca de carros elétricos Tesla; fundador e CEO da Neuralink (que implanta chip no cérebro de humanos); cofundador, presidente da SolarCity (especializada em serviços de energia solar) e proprietário da rede social X (ex-Twitter).
Aqui no Brasil, é impressionante o silêncio em torno dos desmandos do ministro Alexandre de Moraes, que acumula as condições de relator, vítima, assistente de acusação e juiz do chamado “inquérito do fim do mundo”, que não tem prazo para terminar e investiga os mais diferentes assuntos, como se Moraes tivesse conquistado a função de juiz universal.
POUCAS VOZES – Entre as autoridades e políticos brasileiros, incluindo acadêmicos e intelectuais, raríssimas vozes se levantam. Quem se pronuncia contra os atos dele é logo rotulado de “bolsonarista” ou “fascista”, existe um cerco de discriminação que o protege e enfraquece as críticas.
No Supremo, além de nenhum ministro se manifestar contra os exageros, o pior é que todos – rigorosamente todos – apoiam os desmandos do relator do fim do mundo. Sem dúvida, falta no plenário um jurista como Adaucto Lucio Cardoso, capaz de se levantar contra essas ilegalidades cometidas em série.
Em meio a esse silêncio cúmplice aqui na filial Brazil, lá na matriz USA se ergue a voz de Elon Musk, que é um tanto infantil, com suas ideias espaciais, e vem fazer as vezes do menino idealizado pelo escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, a nos informar que o ministro está nu. Ou seja, suas decisões estão despidas de argumentos jurídicos, são movidas exclusivamente pela preferência pessoal de um adepto por demolições, digamos assim.
SEM CRÍTICAS – É claro que Musk somente se preocupa com a liberdade de expressão no Twitter (X) e nas redes sociais, mas veio ocupar uma trincheira vazia, porque no Brasil todos parecem ter medo de Moraes, uma espécie de Lex Luthor em versão jurídica. Aqui, temos a consciência tranquila, jamais deixamos de nos pronunciar contra os desmandos. E praticamente tudo o que Moraes faz é altamente discutível.
Agora, acaba de libertar provisoriamente o coronel PM Paulo José Bezerra, investigado por suposta omissão em 8 de janeiro de 2023. Estava preso, porque Moraes pensava (?) que ele permanecia na ativa e podia prejudicar a obtenção de provas.
Mesmo na ativa, como poderia fazê-lo, se estava afastado das atividades na corporação? Moraes agora o libertou, mas sob proibição de se ausentar da comarca; ficar em casa à noite e nos finais de semana; tornozeleira eletrônica; apresentar-se à Justiça semanalmente; proibição de deixar o país; retenção do passaporte; suspensão de porte de arma; proibição de uso de redes sociais e de se comunicar com outros investigados. Para que tudo isso a um investigado que não ameaça ninguém?
P.S. – Moraes montou no Supremo a maior fábrica de terroristas do mundo. É um supremo exagero classificar de terroristas os suspeitos que só poderiam ser acusados de invasão de prédio público e de depredação de patrimônio. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso entende essa realidade, nem precisa perguntar ao Elon Musk. No entanto, aqueles ministros da tarja preta não conseguem despertar do pesadelo e continuam apoiando as arbitrariedades de Moraes. Até quando?