Bethânia Nunes
Metrópoles
Um paciente inglês de 41 anos, com um câncer cerebral agressivo, contrariou os prognósticos médicos de 9 meses de vida após passar por um tratamento inédito. Ben Trotman, do Reino Unido, foi diagnosticado com glioblastoma em 2022.
Este é um tipo de tumor maligno e muito agressivo que atinge o sistema nervoso central, desenvolvendo-se na medula espinhal ou no cérebro.
CIRURGIA E MAIS… – O tratamento padrão para a doença consiste em cirurgia para remover o máximo possível do tumor, seguida por sessões de quimioterapia e radioterapia. De acordo com a literatura médica, o tempo médio de sobrevivência após a descoberta do glioblastoma varia entre 12 e 18 meses e apenas 5% dos pacientes sobrevivem cinco anos.
Sem saber o que esperar do futuro, Ben e a noiva, Emily, anteciparam o casamento para janeiro de 2023. Ao mesmo tempo, ele se inscreveu em um estudo experimental desenvolvido por pesquisadores do University College Hospital, de Londres.
“O tratamento padrão para o glioblastoma é cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A doença volta, você tem cuidados paliativos e então morre. É sempre a mesma história. Precisamos fazer algo diferente”, afirmou o médico Paul Mulholland, especialista em câncer cerebral e chefe do novo estudo, em entrevista ao jornal The Times.
IMUNOTERAPIA – No ensaio, Ben passou por um tratamento de imunoterapia antes de ser submetido ao tratamento habitual. A imunoterapia busca melhorar a resposta imunológica para que o próprio corpo do paciente consiga encontrar e atacar as células cancerígenas.
Novos exames mostraram que o inglês está praticamente livre da doença, com o tumor regredindo de uma forma inédita. O paciente disse ter sofrido com fortes dores de cabeça durante o tratamento. Os médicos consideram o sintoma positivo, como um sinal de que o sistema imunológico tenha “acordado” e estivesse atacando o tumor.
Os pesquisadores consideram a recuperação de Ben notável. O chefe do estudo disse que os resultados foram tão promissores que uma cura para este tipo de câncer pode finalmente estar no horizonte.
UM MINUTO POR FAVOR: Grande notícia. A imunoterapia ainda é uma técnica em estudo e cada vez mais usada quando o câncer ou outra doença provoca sintoma graves que interferem nas atividades do dia-a-dia ou põe em risco a vida do paciente, e os tratamentos disponíveis não são eficazes. A duração da imunoterapia depende da eficiência do medicamento e da reação de cada paciente ao uso dele. Na maioria das vezes, as aplicações podem durar entre um ou dois anos. No caso de Ben Trotman, foi um sucesso promissor.