Juliana Braga
Folha
O senador Sergio Moro (União-PR) apresentou na última terça-feira (dia 8) à Mesa Diretora do Senado um requerimento pedindo o desarquivamento do PLS 166/2018, que trata da prisão em segunda instância. A proposta foi desmembrada do pacote anticrime que o parlamentar apresentou quando era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e é uma de suas principais bandeiras.
Todas as propostas não apreciadas são arquivadas de uma legislatura para outras. Para desarquivá-la Moro precisará do apoio de 27 senadores e essa será o primeiro teste de seu capital político como senador.
DIZ MORO – “Apresentei o requerimento para que as Casas do Congresso retomem, com brevidade, um tema que é muito caro para a sociedade. Vários criminosos, inclusive pessoas condenadas por corrupção – um crime grave que atenta contra a democracia – foram colocados em liberdade”, defende Moro, repetindo que lugar de criminosos é a cadeia.
A proposta que Moro pretende tirar da gaveta chegou a ser aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em dezembro de 2019, mas a sua tramitação não teve prosseguimento.
Na Câmara foi criada uma comissão especial para debater o assunto, mas o relatório final também não chegou ao plenário.
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE – Sérgio Moro está fazendo a sua parte, mas dificilmente conseguirá aprovar esse projeto, em função do baixo nível e do grande número de parlamentares que um dia podem parar na cadeia. Em 2019, para libertar Lula, o Supremo fez com que o Brasil se tornasse o único país da ONU (são 193 nações) que não prende criminosos após condenação em segunda instância. É uma vergonha, um tremendo vexame internacional, que transforma o Brasil no reino mundial da impunidade. Mas quem se interessa?–