Popular entre os nordestinos, a tradicional rede de dormir ganhou nova utilidade no Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, no Ceará. Ela é usada como recurso terapêutico para bebês prematuros. De acordo com a equipe neonatal da unidade, a rede tranquiliza os pequenos e ainda ajuda no desenvolvimento deles.
Desde setembro, o método de “redeterapia” passou a ser incorporada às práticas de cuidados com os bebês internados no Hospital. O recurso é voltado para os que nascem com menos de dois quilos e que respiram sem o auxílio de oxigênio.
A médica pediatra da unidade, Eucilene Kássya, explica que a rede funciona como uma simulação do ventre materno, o que é essencial para os bebês que nascem antes de 37 semanas. Segundo ela, a rede se assemelha a sensação de estar no ventre materno e faz com que “o bebê se sinta mais aconchegado”.
Kássya explica ainda que, além de servir como um protótipo de útero, a rede ainda possibilita maior liberdade aos bebês no desenvolvimento dos movimentos. “Além de estar acolhido e aquecido, a rede possibilita movimentos mais livres para o bebê”, detalha.
A enfermeira Kátia Viana, que participou do processo da avaliação da viabilidade do uso de redeterapia, afirma que a aceitação entre as mães está sendo positiva. “Esse é um hábito cultural, então como é um costume que muitos já têm de colocar o filho na rede em casa, a aceitação foi muito boa”.
O uso da redeterapia no serviço do Hospital durou pelo menos quatro meses, período em que as equipes avaliaram a viabilidade do material e os cuidados necessários com a higienização. As redes são armadas dentro da incubadora, e os bebês são manuseados a cada 3 horas, alternando períodos na rede e períodos no ninho da incubadora.