
A cirurgia de Lula no cérebro confrontou o PT com seu maior fantasma: a posse do vice Geraldo Alckmin. Já aconteceu antes em sua trajetória, quando vice de Mário Covas, falecido no cargo. Os petistas até toleram, mas não confiam em Alckmin. Ontem cedo, com aval de Janja, “ministros da casa” plantaram que Lula não se afastaria do cargo. Ele está na UTI, incapacitado de tomar decisões, mas o vice foi impedido de exercer seu papel constitucional. Alckmin não reclama. Coisa de quem sabe esperar.
Há 47 dias, ao Diário do Poder, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) alertou para risco de piora no quadro de saúde de Lula em razão da queda no banheiro. Não deu outra.
Um baiano nos pampas
Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropolitano, interventor no Rio Grande do Sul. “Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!” Getúlio reagiu com naturalidade: “Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?”
