FELIPE BARRETO
REPÓRTER
O prefeito de Juazeiro do Norte tenta ser o primeiro gestor da história da cidade de Padre Cícero a conseguir dois mandatos consecutivos. O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos) afirmou que está sendo criado um arco de alianças para tentar uma reeleição que seria inédita no Município: na terra de Padre Cícero, nunca um gestor conseguiu se reeleger. O PDT foi o último partido a ingressar no apoio ao gestor, conforme informou o juazeirense à imprensa local.
Além do partido, hoje comandado de forma interina nacionalmente pelo deputado federal André Figueiredo, siglas como o PL, sob presidência do deputado estadual Carmelo Neto, e o União Brasil, do pré-candidato em Fortaleza Capitão Wagner, já demonstraram apoiar o prefeito.
O Podemos é comandado no Ceará pelo prefeito de Aracati, Bismarck Maia, aliado de Cid Gomes e seu grupo político, que formam base do governador Elmano de Freitas (PT). Além disso, no município da Região do Cariri, a oposição também se movimenta para lançar uma candidatura. O deputado estadual Fernando Santana (PT) surge como principal nome.
Segundo Glêdson, a aproximação ao PDT ocorreu inicialmente através de contato com o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Em seguida, foi colocado em linha com Figueiredo para tratar sobre emendas ao Hospital Infantil Maria Amélia, em fase de acabamento. Na ocasião da conversa, como afirmou o prefeito, foi aproveitada a oportunidade para falar sobre política partidária. “Por enquanto, não temos nenhum tipo de compromisso firmado, mas acreditamos que com esses diálogos que estamos tendo, a gente possa contar com o PDT no nosso arco de alianças”, disse. Ainda conforme o prefeito,
o empresário Gilmar Bender e o seu genro e ex-secretário municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Diogo Machado (Podemos), também são seus aliados. Diogo, aliás, é um dos principais nomes cotados para assumir como vice na chapa encabeçada por Glêdson. Caso tal situação se confirme, ele deverá migrar para outro partido. Já filiado ao PDT em uma oportunidade anterior, ele não descartaria retornar à sigla.
O PDT, desde as Eleições de 2022, vem passando por um momento conturbado. Devido à decisão de lançar o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), como candidato da sigla ao Palácio da Abolição, duas alas se criaram dentro da legenda. De um lado, e comandado pelo senador e ex-governador Cid Gomes, um grupo já tenta se desfiliar do partido, devendo migrar para o PSB. Com isso, se torna mais viável a decisão do PDT de compor a chapa de Glêdson, já que Cid e seus aliados são ligados ao grupo
do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e do governador Elmano de Freitas, que devem ser
oposição à reeleição do prefeito.
CENÁRIO INTERNO
Também no cenário de arcos de alianças políticas, a situação do Podemos no Estado preocupa Glêdson. Sob o comando do prefeito de Aracati, Bismarck Maia, o Diretório Estadual da sigla compõe como base de apoio a Camilo e Elmano. O prefeito de Juazeiro do Norte não descartou a possibilidade de deixar o partido. “Se hoje a coordenação estadual está próxima de um grupo que vai lançar nome aqui, preciso ter
segurança de que o Podemos ao nível municipal vai poder coligar com quem achamos que podemos
e que também possamos sustentar nossa candidatura”, disse. “Isso precisa ser dito muito objetivamente. Se eu tiver essa segurança, não tem o porquê de sair do Podemos. Mas, caso a gente entenda que vai ter falha na comunicação, algum ruído ou intenções distintas, não descartamos essa possibilidade”, completou. Ainda conforme Glêdson, ele deverá se reunir com a presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (Podemos/SP), em breve, para discutir sobre essa questão.
POSSIBILIDADE DE CANDIDATURA DE FERNANDO SANTANA
Em relação à oposição do gestor, o deputado estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), Fernando Santana (PT), vem sendo o mais cotado para encabeçar chapa para uma candidatura apoiada por Camilo e Elmano em Juazeiro do Norte. O parlamentar, que já afirmou
que tomaria sua decisão de candidatura ou não em 2024, teve confirmação do presidente estadual do PT, Antônio Filho, o “Conin”, que ele é o “plano A” da sigla na cidade do Cariri. “Evidentemente ele [Fernando Santana] tem que aceitar, mas o nosso primeiro esforço é para o Fernando ser o nosso candidato. Acreditamos que ele vai ser, e isso unificaria toda a base do Governo em Juazeiro do Norte”, afirmou Conin.
Em uma possível base de apoio a Fernando Santana, nomes importantes da política local
e estadual devem ser aliados da candidatura petista no Município. Os ex-prefeitos Raimundão, Arnon Bezerra (PDT) – pedetista aliado de Cid -; o vice-prefeito rompido com Glêdson, Giovanni Sampaio (PSB); o deputado federal Yury do Paredão (MDB); e o deputado estadual Davi de Raimundão (MDB) são alguns
dos nomes que poderiam compor a base de Santana.