Deu em O Globo
O ex-juiz federal e hoje senador Sergio Moro (União-PR) publicou, em um perfil nas redes sociais, um longo texto no qual se defende das informações contidas em um relatório parcial elaborado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A apuração preliminar realizada pelo órgão detectou, entre outras falhas, “uma gestão caótica no controle de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público Federal e homologados pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba” no âmbito da Operação Lava-Jato.
“Observo que o relatório que sugere ‘possíveis irregularidades’ é mera opinião preliminar da Corregedoria do CNJ sem base em fatos”, pontuou o ex-magistrado.
PROCEDIMENTOS IDÊNTICOS – “Chama a atenção a opinião da Corregedoria o fato de que os valores depositados em Juízo não deveriam ser devolvidos à Petrobras antes do trânsito em julgado”, prossegue Moro, acrescentando que procedimento idêntico foi adotado em acordos homologados diretamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Os acordos homologados em Curitiba seguiram o padrão dos acordos homologados no STF”, assegurou Moro. Iniciada em março de 2014, conjunto de investigações contra a corrupção já levou à prisão desde empresários a políticos, incluindo dois ex-presidentes da República
O senador também repudiou o uso da expressão “gestão caótica”, que, segundo ele, “não faz justiça à operação que recuperou mais de seis bilhões de reais para a Petrobras, fato sem precedente na história”.
SÓ ESPECULAÇÕES – “Respeita-se o CNJ, mas lamenta-se que, após 60 dias de correição, nada concreto, salvo divergências de opinião e especulações sem base tenham sido produzidas”, encerrou.
A “apuração preliminar” da Corregedoria Nacional de Justiça foi concluída nesta quinta-feira. Em documento obtido pelo Globo e datado desta sexta, o órgão diz ter identificado “hipótese de fato administrativo com possível repercussão disciplinar”.
De acordo com o texto, “informações obtidas indicam falta do dever de cautela, de transparência, de imparcialidade e de prudência de magistrados”. A Corregedoria afirma ainda que o “estudo do conjunto aponta para a ocorrência das infrações e para a necessidade de aprofundamento e expansão do foco”.
UM MINUTO POR FAVOR: Não é sério. E mais parece Piada do Ano. Quer dizer que a tal Corregedoria teria identificado “hipótese de fato administrativo com possível repercussão disciplinar”? Em tradução simultânea, lê-se: “A Corregedoria está a fim de fazer fofoca para denegrir Sérgio Moro…”. Ou é fato ou não existe. Se é hipótese, está sendo divulgada apenas para atacar o senador. Sinceramente, isso não é papel de corregedor de respeito.