

Considerada a noiva da vez para reforçar posições de partidos ao centro, o PSDB já estabeleceu as condições para se juntar ao MDB, de Baleia Rossi, ou ao PSD, de Gilberto Kassab. “A condição é ter candidatura própria à Presidência da República”, diz o presidente tucano, Marconi Perillo, à coluna. Em outras palavras: isso significará o afastamento do governo Lula, seja do PSD, seja do MDB. Quem oferecer melhores condições de distanciamento, tem mais chances de ter o PSDB numa incorporação e/ou fusão. Os tucanos eram os adversários históricos do petismo até o surgimento do bolsonarismo. Agora, com a ala mais bolsonarista empurrada para a extrema-direita, o PSDB vê chances de montar um programa para o país e, a partir daí, reforçar alguma estrutura partidária mais ao centro para tentar retomar esse posto de adversário de Lula e do PT, em 2026.

A ideia dos tucanos é definir tudo ainda em fevereiro. As conversas nos bastidores começaram logo depois das eleições municipais e, agora, chegou o momento de afunilar. Perillo planeja se reunir com Kassab e com Rossi, no final do mês. É a política nos primeiros acordes para a eleição presidencial. E, nesse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se cuide. Pelo visto, mesmo com reforma ministerial, vai ser difícil manter todos juntos daqui a um ano e meio.
As chances de cada um
Até aqui, o PSD tem uma candidatura à Presidência da República colocada sobre o tabuleiro — o governador do Paraná, Ratinho Júnior. O MDB, não. E a contar pela disposição de Baleia Rossi, esse tema só será tratado a partir do segundo semestre deste ano e discutido em 2026. Logo, quem está mais próximo de fechar um acordo com o PSDB, dadas as condições, é o PSD.
Sem passaporte
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem garantido, nas redes sociais, que estará na posse de Donald Trump, dia 20. Mas é bom se preparar para desfazer a mala, se já estiver montadinha. Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, comenta-se que a chance de ele reaver o passaporte e comparecer à cerimônia, em Washington, é percentualmente próxima de zero.
A pedra no sapato de Lula
A presença de expoentes do PT no encontro do Foro de São Paulo na Venezuela, com apoio explícito a Nicolás Maduro, enfraquece a posição de Lula como interlocutor da democracia na América Latina no cenário internacional. Por mais que o presidente tenha mantido distância da posse do ditador, o fato de ser presidente de honra de um PT que apoia o venezuelano tende a colocar em risco o projeto de se apresentar como pacificador do continente. Terá que se explicar aos líderes mundo afora.
Vai doer no bolso…
Daqui a pouco, terminam as férias e chegam… as contas. E nada está tranquilo. O administrador Marcelo Souza, CEO da Mugo Hub, afirma que a inflação acima do teto da meta vai pesar no bolso das famílias. “Esse cenário força a fazer escolhas difíceis, como reduzir o consumo de carne, comprar opções mais baratas ou, até mesmo, cortar itens de lazer e educação. Além disso, afeta a capacidade de planejamento financeiro. Por causa dos preços imprevisíveis, economizar para o futuro ou investir se torna um desafio”, adverte. Melhor se prevenir.
… do pequeno também
Marcelo Souza alerta, ainda, para o reflexo inflacionário nos pequenos negócios. “O impacto é mais severo: aumento dos custos operacionais e redução do consumo ameaçam a sustentabilidade de muitos negócios”, explica. E enfatiza: “A inflação não é apenas um número. Reflete questões estruturais, como a dependência de commodities, instabilidades políticas e desafios na condução da política monetária”.
