Merval Pereira
O Globo
É triste constatar que, no Brasil, projetos e programas partidários são apenas efeitos colaterais nas campanhas eleitorais. Ataques, mentiras, ameaças são a base delas, e o medo é a principal arma dos candidatos. O eleitor vota pela barriga, pelo bolso, pelo medo de perder o pouco que tem.
Enquanto não tivermos um presidente que se preocupe com a educação básica como missão prioritária do seu governo, vamos continuar nessa toada, só elegendo populistas, que não se interessam pelo progresso da sociedade, e sim em mantê-la na coleira, com auxílios diversos, que não resolvem a situação, mas são alívios momentâneos aos pobres.
POPULISTAS, SEMPRE – O Brasil vive na mão dos populistas. As eleições brasileiras dependem de boatos e de ataques. Porque a maioria do eleitorado é muito necessitada, é uma gente que vive, especialmente hoje que a fome voltou e a crise piorou, na beira da necessidade, abaixo da linha de pobreza, e acredita em qualquer promessa, ou qualquer ameaça.
É deprimente ver que depois de tudo o que passamos, voltamos ao ponto de ficar disputando quem diz a verdade, quem é mentiroso, quem é ladrão, ou não é ladrão.
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE – Nosso amigo Merval Pereira está correto em seu desabafo. Ainda estamos longe de eleger o melhor candidato para governar o país. No final, a escolha é sempre pelo “menos pior”, digamos assim. Nesta eleição, por exemplo, o melhor candidato é Ciro Gomes, sem a menor dúvida. Mas quem se interessa?