Denise Rothenburg
Correio Braziliense
A indicação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para o papel de coordenador da transição vem sob encomenda para facilitar as pontes com os segmentos militares. A avaliação de quem tem trânsito nessa seara é a de que os canais de Lula com os militares estão meio obstruídos.
Embora eles não apoiem qualquer golpe contra o presidente eleito, a maioria não está feliz em bater continência para Lula.
NA CONSTITUIÇÃO – Os militares não jogaram suas fichas majoritariamente em Lula, mas estão resignados. A palavra que eles usam é “estamos sentados na Constituição”. Ao longo da campanha, Lula tentou, mas não conseguiu muita conversa com os generais.
Essa turma é disciplinada e, nos bastidores, houve uma orientação do Ministério da Defesa para que qualquer contato mais próximo ficasse para depois da eleição.
Até aqui o presidente Lula tem apoio de no máximo 30% dos militares. Agora, dizem aqueles que tentam fazer algumas pontes na caserna, é aproveitar os dois próximos meses e o início do governo para deixar muito claro que ninguém quer fazer maluquices.
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE– Bem-informada, a colunista Denise Rothenburg tem bom acesso aos militares e sabe que eles não ficaram nada satisfeitos com vitória de Lula da Silva. Conforme o vice Hamilton Mourão afirmou em importante entrevista a O Globo, Lula nem deveria ter sido candidato, mas o Supremo permitiu e na época nem ocorreram protestos dos bolsonaritas, o que transformou em “novo normal” a candidatura de um ex-presidiário à Presidência da República.