O primeiro dia de gasolina mais cara nos postos, após a volta de impostos federais sobre os combustíveis (PIS e Cofins), foi marcado por muitas reclamações dos motoristas. A reoneração representa um aumento de R$ 0,47 por litro de gasolina, mas como a Petrobras reduziu o preço do combustível em R$ 0,13 a partir desta quarta-feira (1º) para aliviar o reajuste, na prática o aumento deveria ser de R$ 0,34. Mas esta não foi a realidade em Belo Horizonte.
Um posto na Via Expressa, onde o litro da gasolina custava R$ 4,74 até esta terça-feira (28), amanheceu no dia seguinte com o preço do combustível a R$ 5,49, um reajuste de R$ 0,75, mais que o dobro do previsto. O novo valor levou o entregador autônomo de mercadorias, Darlon Eduardo Souza, de 47 anos, a repensar se continua trabalhando na área.
O primeiro dia de gasolina mais cara nos postos, após a volta de impostos federais sobre os combustíveis (PIS e Cofins), foi marcado por muitas reclamações dos motoristas. A reoneração representa um aumento de R$ 0,47 por litro de gasolina, mas como a Petrobras reduziu o preço do combustível em R$ 0,13 a partir desta quarta-feira (1º) para aliviar o reajuste, na prática o aumento deveria ser de R$ 0,34. Mas esta não foi a realidade em Belo Horizonte.
Um posto na Via Expressa, onde o litro da gasolina custava R$ 4,74 até esta terça-feira (28), amanheceu no dia seguinte com o preço do combustível a R$ 5,49, um reajuste de R$ 0,75, mais que o dobro do previsto. O novo valor levou o entregador autônomo de mercadorias, Darlon Eduardo Souza, de 47 anos, a repensar se continua trabalhando na área.
“Falei na empresa que estava fazendo um teste para ver se vai dar para mim ou não. Eu trabalhava como pedreiro e resolvi entrar nesse ramo de fretes. O problema é que você costuma dar um preço. Aí depois varia devido ao valor da gasolina, que vai aumentando, e a gente precisa aumentar o frete. Isso acaba atrapalhando também os clientes”, afirma.
Com o reajuste de R$ 0,75, o posto ficou vazio durante a quarta-feira, após uma terça de muito movimento. Mas um outro logo em frente, também na Via Expressa, manteve o litro da gasolina a R$ 4,84 e ficou cheio o dia todo. Foi lá que o corretor de imóveis Rogério Enoque da Costa, de 53 anos, abasteceu.
“A maioria dos postos já colocou os preços mais altos. Esse daqui está mantendo ainda. Então já aproveitei e enchi o tanque”, disse. E ele afirmou ainda que não terá ajuda da empresa onde trabalha, pois não é contratado. “Eu trabalho como autônomo, então o custo é todo meu. O gasto aumenta e eu ganho menos“, lamenta.
Entre os taxistas, também houve muita reclamação. José de Fátima Furguino, de 62 anos, criticou a indefinição em relação ao preço dos combustíveis, o que atrapalha muito a previsibilidade de quem trabalha com transporte.
“Nos últimos sete anos, a gente decidiu não aumentar os preços até para concorrer com os aplicativos que se colocaram na praça. Hoje é inviável tanto para nós quanto para eles. O que a gente espera é que se tenha previsibilidade. O que também assusta é o modelo. Ontem já tinha posto praticando aumento na bomba. Quem fiscaliza? Então a gente precisa de previsibilidade para poder trabalhar e fiscalização”, argumenta.
E o taxista diz que não consegue mais fazer as contas para saber se o valor que ele ganha será suficiente para pagar os boletos do mês, pois o preço do combustível varia muito.
“Eu não faço mais esta conta. Se no fim do mês, der para pagar as contas e as despesas de casa, eu já sou um vencedor. Hoje a gente não consegue mais ter uma previsibilidade de ganho. Você pode sair para trabalhar e fazer R$ 60 ou R$ 30 num dia, como pode fazer R$ 150 ou R$ 200. Já foi o tempo que eu saía de casa e falava: hoje vou trabalhar, minha meta é essa. Você não consegue mais fazer isso. Então eu parei de ter esse sofrimento adiantado. Vou sofrendo durante o dia e no fim do mês para pagar as contas”, desabafa.
Vale lembrar que os postos são livres para colocar o valor que entenderem nos combustíveis, cabendo ao consumidor fazer pesquisa de preço e evitar abastecer nos lugares mais caros. A fiscalização age quando há suspeita de cartel, ou seja, combinação de preços entre os postos.