Roberto Nascimento
O surpreendente senador Marcos do Val (Podemos-ES), depois de aprontar uma crise política gravíssima, deu novas declarações nesta quinta-feira, dia 2, mudando o que tinha anunciado e agora diz aos jornalistas que não vai mais renunciar. Revelou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Zero Um, foi ao seu gabinete pedir para ficar.
É muito estranho, porque nas páginas amarelas da Veja ele acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PL-RJ) de o terem envolvido numa trama golpista que envolvia a gravação clandestina de palavras do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
CIA, KGB E ABIN– É muito estranho isso, porque de repente Marcos do Val passou a atacar também ataca o presidente Lula e o atual ministro da Justiça, Flávio Dino.
A confusa narrativa do senador dá a entender que o senador trabalha ora pela CIA, ora pela KGB. E, nas horas vagas, faz bico na ABIN.
Concluo que Marcos do Val não deve ser levado a sério, porque é um personagem pastelão. Ao que parece, essa nova direita extremista quer levar o Brasil para o fundo do poço e quando chegar lá, se lograrem êxito, não volta para a superfície. Mas ainda acredito que os homens de bem não vão deixar o país sair do rumo.
AGENTES DO MAL – Da mesma forma, o presidente do PL, ex-presidiário Valdemar Costa Neto, com suas declarações sobre a existência de várias minutas do golpe contra a democracia, para manter Bolsonaro no poder, tem objetivo de confundir as investigações e desviar o holofote que estava virado para o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que foi nomeado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, para Secretaria de Segurança do DF.
Torres deixou as forças policiais sem eira nem beira, liberou nove comandantes de Batalhões, numa espécie de férias coletivas e viajou para Orlando, às vésperas do caos na Praça dos Três Poderes, com aquele bando de vândalos, quebrando tudo que viam pela frente.
Valdemar Costa Neto, o chefe do PL, também contestou as urnas eletrônicas, sem nenhum fato que corroborasse as suspeitas de fraude. Quando levou uma traulitada do presidente do TSE, que multou o partido e bloqueou as conyas, ele se arrependeu, afirmando que não deveria ter atendido o pedido de Bolsonaro para entrar com a contestação. É sempre assim, com certas figuras, que no sufoco entregam a própria mãe às autoridades.