Pedro Henrique Gomes
g1 — Brasília
A líder da oposição venezuelana ao governo de Nicolás Maduro, María Corina Machado, afirmou nesta quarta-feira (6) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “valida” abusos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e fez críticas a uma fala do presidente brasileiro sobre não ter ficado “chorando” ao ser removido das eleições de 2018.
A declaração de Lula foi dada em resposta a uma pergunta sobre as eleições que vão ocorrer no fim de julho na Venezuela e se dele deu as declarações pelo fato de ela ser mulher.
IRONIZANDO LULA – “Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, escreveu Corina em uma rede social.
“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”, continuou a política venezuelana.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou que o comentário do presidente tivesse sido direcionado a Corina. “O presidente Lula não fez afirmação sobre ninguém especificamente. Ele não disse que ninguém ficou chorando. Apenas que ele não chorou, relatando a situação que ele próprio viveu”.
DISSE LULA – “Eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Em vez de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, e ele disputou as eleições”, disse Lula.
Questionado sobre a lisura da votação, Lula disse que, “se o candidato da oposição na Venezuela tiver o mesmo comportamento do nosso aqui, sabe, nada vale”, afirmou Lula no Palácio do Planalto, antes de receber o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez.
E Lula elogiou as eleições marcadas na Venezuela, dizendo que “vão convidar olheiros do mundo inteiro”.
“PARABÉNS PARA VOCÊ – A data escolhida para as eleições na Venezuela, no fim de julho, coincide com o aniversário de Hugo Chávez, ex-presidente do país que ficou no poder de 1999 até sua morte, em 2013. Tradicionalmente, as eleições no país acontecem em dezembro. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo governo, foi responsável por escolher a data.
O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, herdeiro político do chavismo e que está no poder desde a morte de Chávez, deve concorrer à reeleição.
Em outubro do ano passado, o governo da Venezuela e a oposição chegaram a um acerto sobre as eleições e assinaram um documento chamado Acordo de Barbados, que estabelece diretrizes de como a votação deve ocorrer.
OPOSIÇÃO, FORA – No entanto, em janeiro, meses depois da assinatura do Acordo de Barbados, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo de Maduro, inabilitou María Corina Machado, atualmente a principal política de oposição do país.
No início de fevereiro, foi a vez de a ativista Rocío San Miguel ser presa, considerada terrorista e traidora da pátria pelo governo Maduro. Segundo a ONG Provea, só neste ano, 36 conhecidos opositores ao governo venezuelano foram presos.
No mês passado, o governo Maduro também suspendeu as atividades do escritório do comissário de Direitos Humanos da ONU e expulsou funcionários do país. Pesquisadores venezuelanos afirmam que o governo persegue adversários e que não há garantia de lisura nas eleições.
UM MINUTO POR FAVOR: É inacreditável que Lula não se envergonhe de apoiar um ditador como Nicolas Maduro. A Venezuela tem uma dívida bilionária com o Brasil, mas Lula não se interessa em cobrá-la. Se bobearmos, manda mais dinheiro para lá. Agora, ao invés de socorrer os Yanomâmis, mandou um cargueiro de alimentos para Cuba, outra ditadura caloteira, onde o Brasil construiu o mais moderno porto do mundo. E quando a gente critica Lula, logo aparece um monte de gente (e robôs) para defendê-lo.