Carlos Newton
Nesta eleição, é fato que milhões de eleitores votaram em Lula por não aceitarem as fanfarronadas de Jair Bolsonaro, que tinha um prazer enorme de se dizer comandante-em-chefe das Forças Armadas, alardeando ter apoio militar para até desfechar um golpe de estado e continuar no poder através de medidas de exceção.
Essa falsa exibição de força foi o maior erro de Bolsonaro, que poderia ter vencido facilmente a eleição, caso tivesse uma postura mais digna na Presidência da República.
POLARIZAÇÃO NEFASTA – Na verdade, Lula nem foi propriamente eleito – o próprio Bolsonaro é que se encarregou de eleger o adversário, ao encenar uma polarização em que surgia como um candidato “antidemocrático e autoritário”.
Com isso, fez com que Lula passasse a ser considerado “democrata”, como se fosse possível atribuir essa qualidade a um político comprovadamente enriquecido ilicitamente, que ficou preso por 580 dias por ter comandado o maior esquema de corrupção do mundo e que criou um cargo público altamente remunerado para ter a amante perto de si, acompanhando-o em viagens amorosas custeadas pelo cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes.
Portanto, entre o militar antidemocrata e o político ladrão, milhões de brasileiros decentes não tiveram dúvidas e preferiram votar no corrupto que jamais ofereceu risco ao regime. Este é o resumo da mais complicada eleição brasileira.
LULA INGRATO – Do alto de sua vaidade sesquipedal, como diria o general João Figueiredo, o neopresidente Lula não gosta de consultar o passado. Tenta esquecer que foi agente infiltrado pelo regime militar entre os sindicalistas, com a missão de dividir o trabalhismo brasileiro e impedir que Leonel Brizola chegasse ao poder.
Lula também não quer lembrar que foi solto pelo Supremo num contorcionismo jurídico que fez o Brasil passar a ser o único país da ONU que não prende condenados em segunda instância. Ingrato, que foi “inocentado”, mas não agradece ao Supremo por ter realizado a alquimia jurídica que anulou suas múltiplas condenações e limpou sua ficha suja.
Por fim, Lula procura desconhecer que, nesta eleição, milhões de brasileiros só votaram nele para impedir que Bolsonaro inventasse um golpe de estado, como se os militares fossem assim tão maneáveis, manipuláveis e manobráveis.
P.S. – O mais incrível surrealismo desta eleição foi o jornalista José Nêumane ter votado no candidato petista. Ele é autor de “O que sei de Lula”, um dos muitos livros que desnudam Lula e mostram que na realidade é um político altamente desclassificado, que jamais poderia ser candidato à Presidência da República, por falta de competência, caráter e dignidade. Mas quem se interessa?