Conversando hoje pela manhã com o vereador Pedro Lobo que no último sábado ganhou a indicação do Partido dos Trabalhadores(a nível municipal) para ser o pré-candidato a prefeito do Crato nas eleições de 2024, falei-lhe que este negócio de convenção partidária é algo muito milindrozo e sério.
Exemplos temos aqui no Crato, quando existiam na época da Ditadura Militar apenas dois partidos(MDB da oposição e PDS da situação) divididos em sublegendas, ou seja, PDS 1, PDS 2 e PDS 3. MBD 1, MDB 2 e MDB 3. Os donos do terreiro político à época militavam todos no PDS, mas resolveram defenestrar da disputa Walter Peixoto que era aliado do saudoso Humberto Macário de Brito e tinha no PDS 3 o seu quartel general. Só que os maiorais resolveram dominar os três PDSs e foi ai que se deu um quiprocó dos diabos, pois Waltinho e Humberto correram atrás do finado governador Virgílio Távora que os ajudou na peleja, findando por dar a Valtinho o direito de ser candidato via justiça eleitoral e a Arena 3 por fim conseguiu vencer de lapada os seus oposicionistas.
Depois tivemos(início dos anos 2.000) uma disputa interna no PPB entre a então deputada estadual Fabiola Alencar que, com o apoio do então governador Tasso Jereissaiti, tentou modificar o sentimento da convenção partidária que batia forte pela candidatura de Waltinho. Usaram de todos os meios para derrotá-lo, porém, mais uma vez o sentimento da convenção bateu mais forte e Waltinho venceu a parada no seio partidário e, posteriormente, ganhou a eleição numa boa.
Podemos citar também o caso ocorrido em Juazeiro do Norte dentro do PSDB. Raimundo Macedo era o prefeito e gozava das simpatias dos convencionais para disputar a reeleição, mas o ex-prefeito Salviano Sobrinho que era o seu aliado na época, resolveu sair candidato e foi à luta para reverter a preferência de Raimundão dentre os convencionais tucanos juazeirenses. Salviano usou todas as armas e sagacidade que detinha. Pronto! Salviano Sobrinho ganhou a convenção, porém, Raimundão chateado não acatou tal decisão e se rebelou contra a decisão e partiu para o apoio ao opositor Manuel Santana que se elegeu pelo PT, conseguindo, enfim, chegar pela primeira e única vez ao comando do Palácio José Geraldo da Cruz.
Essa viagem ao recente passado político do Crato e de Juazeiro do Norte serve para alertar aos que hoje dominam o cenário político nas duas cidades: convenção partidária é algo que se tem que levar muito em conta, pois a mesma representa o sentimento legítimo de uma sigla partidária. Bom será que esta situação interna do Partido dos Trabalhadores cratense seja resolvida com maturidade e obediência ao sentimento partidário, pois a decisão soberana de uma agremiação ela sempre vem do fundo da alma de seus filiados. Como bem diziam os mais antigos: cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a seu ninguém. Sendo assim, estamos para lá de conversados. Sorry periferia política!!!!!