A imprensa não pode se omitir diante do inaceitável processo eleitoral a que está sendo submetido Jair Bolsonaro.
Depois de cassar o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PA) numa decisão baseada em antijurídica “presunção de culpa”, com interpretação de que o réu “poderia” ter agido assim ou assado, o TSE agora se prepara para nova decisão meramente política, destinada a justiçar o ex-presidente Bolsonaro, mesmo que se chegue a um veredicto totalmente injusto.
Em minha opinião, repito “ad nauseam”, como dizem os juristas, Jair Bolsonaro quase nada vale. Foi um mau militar, como expressou o general Ernesto Geisel, e depois um péssimo político, que cuidou mais do enriquecimento pessoal do que do interesse público, transformando sua família numa quadrilha de desviantes de recursos do erário. Mas isso é outro departamento, porque Bolsonaro está sendo julgado no TSE por acusações bem diferentes.
AÇÃO FEDORENTA – Aliás, essa ação eleitoral contra Bolsonaro fede a quilômetros de distância. É acusado de abuso de poder político, por ter reunido embaixadores no Palácio Alvorada para lhes esclarecer algumas posições sobre urnas eletrônicas.
Diante disso, o TSE armou um putrefato festival, aceitando uma ação do PDT que deveria ter sido arquivada liminarmente, porque, ao reunir os diplomatas, Bolsonaro nada mais fez do que se defender de acusações anteriores feitas pelo então presidente do tribunal, Edson Fachin.
A memória coletiva dura apenas 15 dias, dizia o animador cultural Andy Warhol. Assim, a opinião pública já esqueceu que Bolsonaro, ao reunir os diplomatas em 18 de julho, estava apenas se defendendo das denúncias feitas por Fachin em 7 de junho, quando recebera 65 embaixadores no TSE, para lhes pedir que a “comunidade internacional esteja alerta contra acusações levianas” nas eleições, e ao destacar o trabalho da corte para combater o “vírus da desinformação” que tem buscado desacreditar o atual sistema de votação por meio das urnas eletrônicas.
FACHIN PROVOCOU – Portanto, ao convocar os diplomatas, Bolsonaro estava apenas se defendendo das denúncias anteriores de Fachin. Mesmo assim, o TSE aceitou não só abrir esse processo pirotécnico, como o ministro interino Benedito Gonçalves propôs e o tribunal aceitou anexar provas supervenientes, mesmo que não se referissem especificamente à matéria da ação judicial.
É muito triste constatar essa situação no tribunal, que não está agindo de forma justa e republicana. O advogado de Bolsonaro, Tarcísio Freitas, ex-ministro do TSE, não tem condições de denunciar que o tribunal está perseguindo Bolsonaro, porque isso provocaria uma reação corporativa, a ação estaria perdida por antecedência.
Mas acontece que Bolsonaro será condenado de qualquer jeito, com base no volumoso parecer de Benedito Gonçalves. Ora, amigos, quando um relator precisa de 300 páginas para provar que um réu é culpado, esta dificuldade indica que o elemento deve ser considerado inocente.
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P.S. – A meu ver, Bolsonaro tem o mesmo valor de uma moeda de 3 dólares. No entanto, isso de forma alguma pode ser usado para justificar sua condenação por ter-se defendido, diante de embaixadores, de acusações que um presidente de tribunal superior indevidamente lhe fizera, diante dos mesmos diplomatas. Como todos sabem, os problemas brasileiros devem ser resolvidos aqui, por brasileiros, sem recorrer a embaixadores estrangeiros. que nada têm a ver com as questões nacionais.
