Deu na Sociedade Militar
O almoço em comemoração ao 31 de março de 1964 vai acontecer esse ano no Clube Militar, a despeito do país ser comandando por um presidente de esquerda, que tem entre seus homens de confiança vários nomes que participaram da luta armada nos anos 60, entre eles José Genoino e José Dirceu.
Há 10 anos uma das comemorações do 31 de março foi palco de uma confusão entre veteranos das Forças Armadas e militantes de esquerda. A coisa terminou com uma queixa na polícia da diretoria do clube contra militantes que cuspiram em oficiais da reserva remunerada.
INSTITUIÇÃO CIVIL – O Clube Militar, apesar de ter entre seus associados vários militares da ativa das Forças Armadas, é uma instituição civil e que funciona independente do Exército Brasileiro, por isso oficiais generais da ativa, do comando do Exército, não tem autoridade para impedir a realização de eventos.
O texto que circula em grupos de militares das Forças Armadas é esse: “A História que não se Apaga e nem se Reescreve!”… Os presidentes dos clubes militares convidam para relembrar, em um almoço, os 60 anos do movimento democrático de 31 de março de 1964”
SEM INCRIMINAR – O evento vai acontecer nesta quarta-feira, 27 de março. Além do convite para o evento, a instituição divulgou um texto onde deixa claro que na sua visão, se um crime sequer foi tentado, não há como incriminar os militares envolvidos.
No texto o jurista Almir Pazzianotto, ex-ministro de Lula, defende ainda que as declarações e mensagens de oficiais das Forças Armadas, interpretadas como apoio a um golpe militar, na verdade seriam “bravatas”.
UM MINUTO POR FAVOR: As três organizações de oficiais da Reserva (Clube Militar, Naval e da Aeronáutica) sempre espelham o pensamento dos militares da ativa. Se não houvesse manifestação em contrário dos comandantes militares, que atenderam determinação do próprio presidente Lula, é claro que os chefes militares iriam fazer ordens do dia enaltecendo o golpe de 1964. E pode ser até que façam.