Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia
Os cigarros eletrônicos já viraram moda entre os mais jovens, mesmo sob o alerta de especialistas que garantem: eles também são nocivos à saúde. Um aspecto muitas vezes colocado em segundo plano é o efeito que os chamados vapes têm na boca, gengivas e dentes. Esses dispositivos, inicialmente promovidos como uma alternativa mais segura ao tabagismo tradicional, mantém a comunidade médica e odontológica em alerta.
Um estudo da American Dental Association (ADA) revelou em 2022 que o uso de cigarros eletrônicos está associado a um aumento na incidência de doenças periodontais, cáries e manchas dentárias. A pesquisa destacou que a nicotina presente nesses dispositivos, juntamente com outros químicos, contribui para a deterioração da saúde bucal.
Esses dados se tornam ainda mais alarmantes quando se leva em conta a volta do vício no cigarro entre a população de adolescentes e jovens adultos: quase um quinto (19,7%) das pessoas entre 18 e 24 anos no Brasil já utilizam cigarros eletrônicos. Se torna importante, então, uma conscientização sobre estes dispositivos que parecem inofensivos.
Isso é o que aponta o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. “O cigarro eletrônico funciona como um fator predisponente e modificador da doença periodontal. Isso significa que se a pessoa não tem a doença periodontal e faz uso do cigarro eletrônico, ela tem uma predisposição maior a desenvolvê-la. Uma vez que essa pessoa já tem o problema periodontal e usa o cigarro eletrônico, ele funciona como um fator modificador da doença e a agrava ainda mais”, explica.