Olhem bem, prestem atenção, a nossa gente já não suporta tantas decisões por parte do Tribunal Regional Eleitoral quando atropela o andar dos processos. O mesmo chicote que surra Chico tem que surrar Francisco. Mas no Brasil a coisa não mais funciona dessa forma.
A Assembleia Legislativa do estado do Ceará passa por momento terrível, pois está vendo um grupo minoritário de deputados estaduais sendo cassados, por obra e grassa do TRE que tem os seus desembargadores indicados em sua maioria por governadores que por ali passaram e que até hoje dominam politicamente o nosso Estado, consequentemente, possuem condições de usar e abusar em processos que chegam a essa Corte Eleitoral.
Estamos vivenciando a interrupção parlamentar dos melhores quadros do Poder Legislativo sem que se ouça uma voz dissonante, conscienciosa de colegas da situação em favor não desses parlamentares que estão na fila para degola política, mas em favor da democracia e do Poder Legislativo.
Estou me reportando ao caso do julgamento sobre a cassação dos deputados estaduais do PL por fraude à cota de gênero nas eleições de 2022 que ainda aguarda conclusão em instâncias superiores da Justiça Eleitoral. Em cima de nenhum dos quatro envolvidos caem culpa, mas sim ao PL, partidos que fazem parte e que não soube conduzir com competência o que dita a Lei. Os deputados se fossem da situação seriam com toda certeza absolvidos e os seus partidos penalizados. Mas não, oposicionista em nosso estado e quiçá no Brasil como um todo, tem mais é que ir para o chicote. O processo já foi encerrado no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), quando a Corte avaliou os últimos recursos apresentados pelas defesas e manteve a decisão de anular os votos recebidos pelas chapas dos candidatos naquele pleito. Porém, como ainda cabe recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os parlamentares Alcides Fernandes, Dra. Silvana, Marta Gonçalves e Carmelo Neto ainda seguem nos mandatos.