
CENSURA NA FONTE

Saodoso Leonel Brizola
O comício de Leonel Brizola atraiu uma multidão, em Cruz Alta (RS). “De 10 a 12 mil pessoas”, exultou dr. Schmidt, médico e prefeito da cidade, da janela da prefeitura. Mas, de repente, naquela época pré-celular, ouviu uma jovem repórter ao telefone: “…um fracasso, no máximo 1.500 pessoas”. “Não faça isso, a senhora está mentindo. Tem várias vezes mais pessoas.” Ela desdenhou: “A notícia é minha, mando a que quero.” O prefeito surpreendeu. “Pois o telefone é meu – disse ele, arrancando-lhe o aparelho das mãos – e nele você não manda mentira.”
ENTIDADES DO PAU OCO

Certa vez, o procurador Marcelo Pastana viveu experiência inusitada, ao mobilizar a Polícia Federal na apreensão de dinheiro para compra de votos em Macapá (AP), na véspera de eleição. O santuário da grana era um terreiro que funcionava em casa vistosa. Os pais-de-santo tentaram impedir a busca, alegando proibição das “entidades”, enquanto lá dentro queimavam as cédulas. Mas Pastana ainda apreendeu sacos de dinheiro no telhado. Todos em cana, uma “entidade” exigiu cachaça, mas o procurador negou, lembrando a “lei seca”, era véspera da eleição. Um homem “incorporando” mulher xingou Pastana, que, na dúvida sobre a quem autuar por desacato, preferiu ignorar a agressão. E cair na gargalhada, certamente.
