A marca francesa de joias de luxo Cartier publicou uma foto sem a aprovação da liderança Yanomami (um povo indígena da Amazónia afetado pela mineração ilegal de ouro). A campanha da Cartier tem sido alvo de algumas críticas por ‘greenwashing’
A Cartier está a ser alvo de críticas por utilizar imagens de um povo indígena da Amazónia afetado pela mineração ilegal de ouro, apesar da marca francesa de joias de luxo ter promovido projetos para a preservação.
Até há dois meses, o ‘site’ da Cartier mostrava crianças Yanomami a brincar num campo verde. Esta marca apresentava um projeto em que referia estar a trabalhar para promover a cultura dos povos indígenas e proteger a floresta tropical onde vivem, em um vasto território que abrange Brasil e Venezuela.
No entanto, o projeto nunca aconteceu e a Cartier publicou a foto sem a aprovação da liderança Yanomami, violando as crenças de um povo que vivia em isolamento quase total até ser contactado por forasteiros na década de 1970, noticiou a agência Associated Press (AP).
Alguns dos Yanomami e os seus defensores elogiam a promoção pela Cartier das causas Yanomami. No entanto, a publicidade de uma das maiores joalharias do mundo com imagens de um povo indígena devastado pela mineração ilegal de ouro tem sido alvo de algumas críticas por ‘greenwashing’ — a promoção da sua própria imagem por uma corporação através do apoio a uma causa.
“Como uma joalharia de ouro, contra a qual nós Yanomami somos contra, pode usar a imagem dos Yanomami?”, questionou Júnior Hekurari, integrante do grupo indígena e chefe do conselho de saúde Yanomami.