Sessão da Câmara que tentou votar o PL 2630, chamado pela oposição de Projeto da Censura. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.
‘Lei da Censura’ afasta Republicanos e Planalto
O Palácio do Planalto coloca na conta do partido Republicanos a “culpa” da não votação do Projeto da Censura, que estava prevista para ocorrer na terça-feira (2) na Câmara. O governo Lula e o partido ensaiam uma aproximação, com interlocução da ministra Daniela Carneiro (Turismo), que, inclusive, tenta deixar o União Brasil e vê a sigla como provável destino. Horas antes do que deveria ser a votação, o Republicanos, que tem 42 deputados, somava 30 contrários ao projeto, que foi para o saco.
Ponte
Grande interlocutor do Planalto com o Republicanos é o marido de Daniela, acusado de ligações a milicianos. Ele preside o partido no Rio.
Pauta cara
Boa parte do partido, tido como conservador, é composta por lideranças evangélicas e o Projeto das Fake News tem forte rejeição dos religiosos.
Nem lá e nem cá
O presidente do partido, Marcos Pereira, insiste que a sigla não é e não será da base governista, nem mesmo oposição. É independente.
Jogo é bruto
A operação policial mostra que o jogo bruto da política fica ainda mais carregado com a mão pesada da Justiça. E Bolsonaro entra para a História das operações da PF contra ex-presidente não por roubar, mas por suposta fraude em cartão de vacina.
Uma certeza
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), viajou nesta quarta (3) para os EUA, para participar do evento de João Doria em Nova York. Na véspera, ele afirmou à coluna que não votaria mais o Projeto da Censura.
Mão boba sai caro
A agenda de Lula com o argentino Alberto Fernandez gerou estresse no cerimonial. Foi armada em cima da hora, tudo costurado na quinta (27). Pior: para permitir a mão boba do visitante no bolso do Brasil.
Sob nova direção
Passou em branco a escolha do novo chefe do Gabinete de Segurança Institucional no mesmo dia da operação da PF na casa de Bolsonaro por suposta falsificação de carteirinha de vacinação, que não é mais exigida.
Ao lado de uma raposa
José Maria Alkimin entra na Câmara com a mulher e encontra um correligionário do PSD muito assustado: “O Lacerda vai fazer um discurso daqui a pouco e promete derrubar o Juscelino. Você, líder da maioria, precisa se preparar para responder!” Alkimin não perde a calma: “Tem razão.” Mais à frente encontra um Lacerda pondo fogo pelas ventas: “É bom você se preparar: tenho tantas denúncias de corrupção contra o Juscelino que depois do meu discurso não ficará pedra sobre pedra!” Alkimin responde, com ar sério: “Carlos, você não deixa de ter razão”. Adiante, a sra. Alkimin lhe dá um puxão no braço: “Zé Maria! Vem o deputado governista e você concorda com ele, vem o Lacerda, um incendiário, e você também concorda com ele, qual é a sua posição, afinal?” E Alkimin, impávido: “E não é que você tem toda razão?”