
A ARTE DO ENFRENTAMENTO

Tancredo Neves
Tancredo Neves sustentou nos anos 1980, em palestra a estudantes, que às vezes o enfrentamento é necessário. Contou que era vereador em São João Del Rey, e, atacado por adversário, escreveu em resposta uma furiosa carta de três páginas. “Qual foi a reação dele?”, perguntou um rapaz. Tancredo contou: “Ah, não mandei. No dia seguinte reduzi para uma página.” O rapaz seguia curioso: “E como ele reagiu?” Tancredo: “Não mandei a carta. Achei melhor transformá-la em bilhete.” O estudante começava a ficar aflito: “Ele ficou irritado?” O político disse então que não mandou o bilhete: “Optei por um telegrama.” A conversa atraiu mais curioso e um deles se impacientou: “E como ele reagiu ao telegrama?” Tancredo encerrou: “Pensei bem e vi que aquilo era bobagem. Joguei-o no lixo.”
QUANTO VALE UM VOTO
Os irmãos Júlio e Jaime Campos, filhos de dona Amália, disputavam o Senado e o governo do Mato Grosso, em 1991, e visitavam Arenápolis. Alguém sugeriu que a caravana evitasse a zona do baixo meretrício. Júlio ignorou a sugestão e entrou na rua de mulheres debruçadas nas janelas, seios à mostra. Saudou gentilmente as prostitutas, beijando-lhes as mãos: “Como vai, minha princesa?” O irmão ficou transtornado: “Você ficou louco?!” Júlio Campos o braço sobre os ombros de Jaime e ensinou: “Irmão, o voto de cada uma delas vale tanto quanto o de d. Amália…”
