O ex-prefeito do Crato, agropecuarista Valter Peixoto, quando estava no poder municipal na década de oitenta e chegou a hora de sua sucessão(naquele tempo não havia o instituto da reeleição), pegou o seu candidato e foi apresentar ao então governador Tasso Jereissati em Fortaleza. Chegando lá no Palácio do Governo foi recebido pelo “Galeguim dos olhos azuis”. Começou então o diálogo:
- Governador Tasso, este aqui é o médico Zé Adega que trouxe para apresentá-lo, pois será o nosso candidato a prefeito no Crato. Vai me suceder.
Tasso Jereissati cumprimentou José Adega, mas pediu licença e foi com Valtinho para uma outra sala e falou:
- Valtinho este rapaz já foi escolhido por você, será mesmo pra valer o seu candidato?
- Vai ser sim, governador.
- Mas Valtinho esse rapaz nem nome legal tem, Zé Adega?
- Mas é um homem jeitoso e nós vamos ganhar a eleição com ele. Mas se o senhor não quiser apoiar, está tudo muito bem, não tem problema. Caso não queira ajudar também não vai haver problema, contanto que não atrapalhe. Não precisa ir nem no Crato que vou ganhar com ele a eleição.
Tasso aquiesceu, aqui não veio e Valtinho venceu a eleição, tendo Zé Adega como candidato. Depois aconteceram algumas nuances políticas que mais na frente eu vou lhes contar. Bom saber que essa história este colunista ouviu do próprio Valtinho. Mas Tasso não abandonou Valtinho, aqui não pisou, mas não foi buscar outra narrativa para trair os compromissos firmados com o velho líder da política cratense.
Rememorei este fato político das antigas para avaliar o que está acontecendo entre o atual prefeito Glêdson Bezerra e o ex-governador, atual senador licenciado e ministro da Educação Camilo Santana. Nas eleições passadas o alcaide romeiro decidiu votar em Camilo Santana para o Senado da República e em Fernando Santana para a Assembleia Legislativa. O filho do Eudoro Santana e da Ermengarda deu a entender que iria ficar bastante satisfeito com esse apoio, para o bom entendedor tudo levava a crer que poderia apoiar a luta de Glêdson pela reeleição em 2024, afinal, uma mão lava a outra. Ja Fernando Santana foi mais além, gravou vários vídeos afirmando que apoiaria a reeleição de Glêdson Bezerra e jamais sairia candidato a prefeito na cidade abençoada pelo Padre Cícero.
Só que agora os dois estão roendo a corda e procurando narrativas nada convincentes para fugir do compromisso. A sociedade romeira observa tudo isso repudiando essa atitude, pois como bem dizia o meu saudoso avô Raul Coelho de Alencar, ex-vereador e ex-prefeito interino de Barbalha: “A única coisa que o político tem de boa é a palavra, Esta sendo rompida é o fim da picada, acaba com o homem.”
Bom seria que Camilo e Fernando Santana pensasse muito bem antes de cometer esse ato de indisciplina ética e quebra da palavra dada ao prefeito romeiro. Ou preferirão não seguir cantando a velha canção do Raimundo Fagner: “Não é coisa de momento, raiva passageira, mania que dá e passa feito brincadeira… Ah(!) seu eu fosse você amor eu voltava para mim de novo.” Sendo assim, estamos para lá de conversados. Sorry periferia!!!!!