Por mais nobre e necessário que seja ajudar quem passa fome, caridade não é um plano de governo. Nem é o que se discutiu nessas últimas três semanas. O ponto principal era como conseguir gastar, e por quanto tempo, sem ter de dizer de onde virá o dinheiro.
Mesmo num Congresso dominado pelo patrimonialismo e pelo centrão, conta muito o rumo geral que um governo pretende impor com suas políticas. Também não é um plano de governo a “caridade política” de se ocupar 37 ministérios com forças políticas que possam parecer uma frente ampla. É simplesmente uma acomodação, através de verbas e cargos, que carece até aqui de um rumo geral.
É fato que o STF pode proteger um presidente Lula mas dificilmente saberá dizer para onde deve ir. No momento, talvez só Lula saiba. Daí o fato da confusão com as recentes barganhas ter deixado um misto de perplexidade e desconfiança. É o que acontece quando o que surge no horizonte político é só a barganha.