

*O artigo foi escrito pela psico-oncologista e especialista em Bioética e Health Literacy Luciana Holtz, e pela cientista política Helena Esteves, ambas do Instituto Oncoguia, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.
Hospitais brasileiros vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer estão defasados em relação aos protocolos de tratamento recomendados em listas nacionais e internacionais de referência que orientam o cuidado com a doença. Ainda que existam normas, elas não conseguem orientar de fato a prática assistencial segundo os recursos atualmente disponíveis e recomendados.

Os dados que fundamentam esta análise foram coletados entre 20 de setembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, em um novo levantamento realizado pelo Instituto Oncoguia. Dos 318 hospitais habilitados em oncologia no Brasil que foram convidados a participar, apenas 95 responderam ao questionário, e, entre estes, somente 64 enviaram documentos com informações mais detalhadas para análise.
Os protocolos dos hospitais foram comparados a três listas de referência: as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDTs) do Ministério da Saúde, a Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a escala de benefício clínico da European Society for Medical Oncology (ESMO).
