Ao antagonizar com o comando bolsonarista do Banco Central e outros grupos “rentistas”, Lula já vai criando um bode expiatório para quando não conseguir entregar o milagre do crescimento que prometeu nas entrelinhas da campanha e ainda arma o discurso do “nós contra eles” que mantém seu núcleo duro mobilizado.
O cálculo político pode fazer sentido, mas é lamentável constatar que Lula, o PT, o Brasil e a própria América Latina não conseguem se livrar desse vezo populista.
Numa democracia mais adulta, em vez de fabricar culpados, governantes deveriam explicar quais são os problemas e tomar medidas para consertá-los. É decerto mais difícil, mas é o que funciona para além do horizonte das reeleições e da manutenção do poder.