Carlos Newton
Sai do ministério a insuportável Damares Alves, após passar quatro anos no alto da goiabeira, e entra a deputada recém-eleita Daniela do Waguinho, cujo maior mérito profissional é ser casada com o prefeito de Belfort Roxo, da movimentada Baixada Fluminense. Se alguém aí tiver condições qual das duas ministras é a pior, por gentileza nos informe, com a máxima urgência.
Desta vez, há um número considerável de mulheres no primeiro escalão, mas o quesito competência parece não ter sido levado muito em conta.
PROBLEMAS NA AMAZÔNIA – Por exemplo, Lula cometeu novamente o erro da primeira gestão e colocou Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente. Se ela fosse ecologista, tudo bem. Acontece que a política acreana é muito mais do que isso, podemos classificá-la de ecoólatra. Se depender dela, que foi eleita deputada federal pelos paulistas, todo mundo vai voltar a ser índio para caçar onça na praça da Sé, no meio dos fumadores de crack.
Lembrem-se que, no primeiro governo Lula, Marina teve de ser demitida porque vetava qualquer empreendimento que agredisse a natureza, sem perceber que tudo que consumimos deriva justamente de matérias-primas naturais. Ficou famoso seu boicote à indispensável duplicação da BR-101, no Rio Grande do Sul. por causa do viveiro das minipererecas e do sapo-narigudo-de-barriga-vermelha.
Bem, espera-se que nestes 20 anos Marina Silva tenta deixado de ser ecoólatra e se tornado apenas ecologista.
INDÍGENAS EM FESTA – Lula inovou com o Ministério dos Povos Indígenas, aquinhoado à recém-eleita deputada Sônia Guajarara, do PSOL paulista. A nova ministra, vejam bem, pretende terminar logo as demarcações para defender a independência política, econômica, social e territorial das tribos, na forma do Estatuto Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, que conta com apoio ostensivo de todas as 185 nações do mundo que não fazem parte da Amazonia.
No entanto, como a vida é um bumerangue, estes problemas que Lula pensou ter atirado para longe vão acabar voltando direto na sua cabeça.
Quanto à ala masculina do primeiro escalão, quando vi que serão ministros figuras como Juscelino Filho, Carlos Lupi, Waldez Goes, Jader Barbalho Filho e outros mais, num governo que terá o deputado petistas José Guimarães (dólares na cueca) como líder do governo na Câmara, então percebi que a ala feminina do Ministério é bem melhor do que a masculina.
P.S. – Parodiando o gaúcho Oswaldo Aranha, um político de verdade, com expressão de estadista internacional, podemos dizer que o Ministério de Lula é um deserto de homens e ideias, com algumas ressalvas femininas, como Simone Tebet no Planejamento e Nísia Trindade na Saúde – dois grandes acertos de Lula, que parece ter o dedo podre para escolher ministros, como o filho de Jader Barbalho (Ministério das Cidades), cuja experiência profissional é semelhante às exibidas pelo filho fenômeno de Lula e pelo sobrinho fenômeno de Fernando Haddad. Os três são absolutas inutilidades, que se beneficiam da fenomenologia familiar do novo normal brasileiro.