José Antonio Perez
A pandemia fez muito mal à nossa democracia capenga. Nada é discutido no Congresso, as Comissões Técnicas estão inoperantes e os pareceres prontos são lidos rapidamente em plenário. As votações podem ser remotas até para emendas constitucionais. Além disso, projetos infraconstitucionais são aprovados em segundos, por voto simbólico, sem digitais. Ou seja, continuam “passando a boiada” mesmo após o fim da pandemia.
Resolver o problema dos buracos em Piriri, no Piauí, por exemplo, não deveria ser função de um deputado federal ou senador, e sim resolver nos problemas da Federação! Mas a maioria dos parlamentares nem sabe ao certo quais são as suas atribuições.
E O PRINCIPAL? – No caso do orçamento secreto, só se fala da falta de transparência, esquecendo do principal – infelizmente, os congressistas não são capacitados e não devem definir políticas públicas. Parlamentares como Davi Alcolumbre, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco não têm capacidade para decidir a melhor aplicação desses bilhões do orçamento secreto.
As reportagens do Estadão mostraram muita falcatrua e desperdício. Nunca haverá distribuição justa das emendas, porque a representação dos eleitores no Congresso é totalmente distorcida para beneficiar os Estados mais carentes.
Porém, esse poder todo, só serviu para criar mais corrupção e ineficiência na aplicação dos recursos arrancados dos impostos colhidos onde realmente se produz neste país.
REALIDADE ESQUECIDA – Não podemos esquecer que, no Norte e no Nordeste, grande parte da população vive de auxílios governamentais, os meios de comunicação pertencem aos políticos locais, e o chamado povão, que mal sabe ler, não tem capacidade para cobrar nada a seus supostos representantes.
Sempre falo e vou repetir: os “caciques” do Norte e Nordeste, que comandam a política há décadas, além de não melhorarem em nada o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de seus currais eleitorais, não se importam em transformar o Brasil num país subdesenvolvido. Deputados se dizem “municipalistas”, mas não passam de “vereadores federais”!
Diante de tudo isso, o chamado Orçamento participativo seria a melhor alternativa administrativa. O PT diz defender o Orçamento participativo, mas apenas na teoria. Na prática, nada, rigorosamente nada.