Carlos Newton
Jornalista não pode, sob hipótese alguma, permitir ser guiado por teorias da conspiração, uma prática que sempre existiu na política brasileira, mas nos últimos anos tornou-se exacerbada. Sob o codinome internacional de “fake news”, essas informações conspiratórias, digamos assim, estão cada vez mais sendo disseminadas.
Jornalista que se preza trabalha sempre com base em fatos concretos, mas nada impede que sejam iludidos por informações capciosas de fontes que julgava confiáveis.
FATOS CONCRETOS – Em meio a esse entrechoque de informações e contrainformações, sempre surgem fatos concretos que possam indicar o verdadeiro rumo dos acontecimentos.
Agora mesmo, a mídia considera que o golpismo esteja superado, porque os três comandantes das Forças Armadas teriam decidido continuar nos postos até 1º de janeiro, pelo menos, aguardando que suas substituições sejam anunciadas no Diário Oficial, como é a praxe.
Mas de repente, surge um fato novo que sinaliza em sentido contrário. Reportagem de Felipe Torres e Isadora Teixeira, do portal Metrópoles, revela que uma alteração feita pelo Exército nas barreiras de proteção instaladas em frente ao Quartel-General, nesta quarta-feira, ampliou expressivamente a área onde manifestantes pró-Bolsonaro estão acampados desde o fim das eleições, em 30 de outubro.
ESTRANHA DECISÃO – Sem a menor dúvida, trata-se de uma decisão estranhíssima, justamente num momento delicado, quando se informa que milhares e milhares de manifestantes bolsonaristas, hoje acampados diante de quartéis em diferentes cidades, estão prontos para viajar para Brasília, com objetivo de impedir a posse do presidente Lula da Silva, conforme revelou José Antonio Perez aqui na Tribuna da Internet, com absoluta exclusividade.
Bem, Lula não é flor que se cheire, como se dizia antigamente. Pelo contrário, é um ex-presidiário condenado por dez magistrados em três instâncias, e a grande maioria dos países da ONU só tem três instâncias.
Aliás, não se sabe por que o Brasil inventou essas quatro instâncias, pois o Judiciário republicano aqui da filial foi montado por Ruy Barbosa à imagem e semelhança da Justiça de nossa matriz U.S.A. Lá alguns estados só têm duas instâncias e os casos que não são constitucionais jamais chegam à Suprema Corte. Na filial Brazil, reina a esculhambação.
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P.S. – O Comando do Exército está na obrigação de esclarecer por que deliberadamente aumentou a área para acampamento de manifestantes em frente ao Q.G., chamado de Forte Apache. Afinal, o que se esconde por trás desta estranhíssima decisão? Como se dizia outrora, o povo quer saber… (C.N.)
A equipe do Metrópoles percebeu que, na quarta-feira (14/12), houve uma mudança no controle de trânsito de veículos da área. Agora, a barreira física está mais distante do centro do acampamento, ou seja, foi aberto mais espaço para circulação no local onde os manifestantes estão.
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Anteriormente, alguns militares apenas auxiliavam o intenso fluxo de veículos e pessoas que rondavam o acampamento, sem o controle do acesso por uma espécie de “portaria” improvisada. A entrada pela via foi negada à reportagem, com a justificativa de que seriam “ordens do general”.