Gustavo Zucchi
Metrópoles
Apesar das críticas públicas do senador Renan Calheiros (MDB-AL) à PEC da Transição, a ordem no PT é não comprar briga com o parlamentar por causa da proposta. A avaliação é de que o emedebista é fundamental para trazer o MDB para a base de Lula e para a articulação política geral do governo no Congresso. Por isso, não valeria a pena entrar em conflito com ele.
Em entrevista nessa sexta-feira (4/11) em Brasília, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), até moderou o tom ao falar das discordâncias com Renan Calheiros, que já consultou a assessoria do Senado e especialistas em Orçamento, que teriam ponderado que Lula pode resolver o impasse editando uma medida provisória que abra um crédito extraordinário.
EUNÍCIO APOIA – Parlamentares do PT afirmam que a expectativa é que o texto da PEC seja alinhado com Renan Calheiros antes de a proposta ser votada no Senado.
Além de Renan, o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE), também criticou a ideia do PT de usar uma PEC para abrir espaço no Orçamento de 2023 para bancar programas sociais.
Na avaliação de Eunício, que se elegeu deputado federal este ano, a PEC servirá apenas para o Centrão tentar negociar cargos e a continuidade do “orçamento secreto” com Lula.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O assunto é delicado porque envolve diferentes interesses. Renan Calheiros é amigo íntimo de Lula e se tornou uma espécie de conselheiro do novo presidente. Renan não se dá com a senadora Simone Tebet, que ajudou muito Lula no segundo turno. Ela vai ficar sem mandato e precisa de um ministério para chamar de seu.
Renan, que tem mais quatro anos de mandato, quer ser eleito presidente do Senado com apoio de Lula, enquanto Eunício Oliveira quer ser presidente da Câmara nas mesmas condições. Vejam bem a confusão que está se armando na conjuntura astral do Congresso, envolvendo Lula.