IRREGULARIDADES NA INSERÇÃO DA PROPAGANDA ELEITORAL PODEM COMPROMETER A ELEIÇÃO

Paulo Moura
Pleno News

O analista judiciário Alexandre Gomes Machado, do Tribunal Superior Eleitoral, disse que procurou a Polícia Federal (PF) por medo de sofrer algum tipo de violência. Ele foi exonerado do cargo de assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral do TSE nesta terça-feira (25) e disse à PF que sua saída ocorreu após ele informar irregularidades na inserção de propagandas eleitorais. A declaração foi dada em entrevista concedida ao site O Antagonista.

– Fui atendido pelo delegado de plantão, disse que temia pela minha integridade física. Tiraram meu crachá, minha credencial de acesso, sem nenhuma satisfação e na frente de todo mundo. Achei que estava sofrendo uma condução coercitiva – disse.

Essa bomba eleitoral que estourou dentro do TSE superou o problema Roberto Jeferson e recai no colo de Lula que foi o beneficiado com inserções e Bolsonaro perdeu milhares. Eleição desigual.

POOL DE EMISSORAS – Alexandre, que fazia a coordenação do pool de emissoras que transmitem a propaganda eleitoral em rádio e TV, contou que foi escoltado até a saída do TSE e teve seu crachá retirado. O ex-servidor relatou que, antes de ser demitido, seu chefe teria voltado “pálido” após uma reunião.

– Tinha chegado esse email que comprovava de alguma forma (a denúncia), porque a rádio estava admitindo que deixou de passar 100 inserções. Vinte minutos depois, meu chefe vai para a reunião e volta pálido: “O Levi [secretário-geral do TSE, José Levi do Amaral Jr] falou que vai te exonerar. O ato de exoneração já está pronto” – disse.

Machado ainda contou que, em 2018, depois que o TSE cassou o registro da candidatura de Lula, diversas emissoras continuaram divulgando propaganda com o petista, o que gerou uma série de reclamações. O ex-coordenador informou que foi nessa época que ele percebeu que o tribunal não possui nenhuma ferramenta capaz de fiscalizar o cumprimento dessa obrigação.

NÃO HÁ CONTROLE – “O que não está certo? Não existe controle do TSE sobre as inserções de televisão e rádio. Não tem um contrato de auditoria de mídia. Acho que se procurar inserção de TV, pode ser até pior que as de rádio. Isso é tudo feito via player” – declarou.

Em outro trecho do depoimento, Machado afirmou acreditar que teria sido desligado por causa do fato de que “desde o ano de 2018 tenha informado reiteradamente ao TSE de que existem falhas de fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita”.

Os questionamentos sobre as inserções foram divulgados na última segunda-feira (24), quando o ministro das Comunicações, Fábio Faria, informou que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais de 154 mil inserções a menos que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vários emissoras de rádio ao redor do Brasil.

AÇÃO NO TSE – Com a constatação, a coligação de Bolsonaro ajuizou uma ação no TSE questionando o fato de diversas inserções do atual chefe do Executivo não terem sido veiculadas. Diante disso, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, pediu que a campanha do chefe do Executivo apresentasse dados que comprovassem as acusações, o que foi feito nesta terça-feira (25).

Os dados foram enviados ao TSE em um relatório. Um dos documentos cita oito rádios que teriam deixado de reproduzir inserções do candidato à reeleição. Além disso, o documento traz os horários que as inserções de Lula teriam aparecido mais vezes do que as de Bolsonaro.

– Para que se aquilate a gravidade da irregularidade noticiada, a título exemplificativo, pôde-se comprovar, em pequena amostragem de oito rádios (nominalmente referidas), em apenas uma semana, significativa discrepância de 730 inserções, em desfavor da campanha do candidato peticionário – aponta trecho do documento.


NOTA DA REDAÇÃO DO SITE
– Já foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a exoneração de Alexandre Gomes Machado, que virou uma espécie de mordomo, principal suspeito de irregularidades que por ele não foram cometidas, vejam a que ponto chegamos. Como dizia Tom Jobim, é a lama, é a lama, é a lama.

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Um dia acordei para ‘jornalizar’ a vida com os meus leitores. Nesta época trabalhava no extinto jornal Tribuna do Ceará, de propriedade do saudoso empresário José Afonso Sancho. Daí me veio a ideia de criar o meu próprio site. O ponta pé inicial se deu com a criação do Caririnews, daí resolvi abolir este nome e torna-lo mais regional, foi então que surgiu O site “Caririeisso” e, desde lá, já se vão duas décadas. Bom saber que mesmo trabalhando para jornais famosos na época, não largava de lado o meu próprio meio de comunicação. Porém, em setembro de 2017 resolvi me dedicar apenas ao site “Caririeisso”, deixando de lado o jornal Diário do Nordeste, onde há sete anos escrevia uma coluna social…

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