NA DISPUTA POR APOIOS NO SEGUNDO TURNO, BOLSONARO SAIU NA FRENTE

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

Vocês já pensaram num Senado sem Rodrigo Pacheco na presidência? É o que pode acontecer a partir do ano que vem se ele não for reeleito. A Constituição proíbe reeleição para presidentes do Senado e da Câmara, mas o Supremo já decidiu que quando muda a legislatura eles podem tentar permanecer no cargo. Imaginem só, sem Rodrigo Pacheco e com o general Mourão, com Damares, com Tereza Cristina, com o astronauta Marcos Pontes, com Sergio Moro…

Moro, aliás, apoiou Bolsonaro e já está falando em Lava Jato, assim como Deltan Dallagnol, o mais votado deputado federal pelo Paraná. Está na hora de fazer renascer, ressuscitar a Lava Jato, que o Supremo tentou sepultar.

IMPEACHMENT NO STF – Ao mesmo tempo, estão todos de olho nos requerimentos de impeachment de ministros do Supremo, se a partir do ano vem Rodrigo Pacheco não estiver lá para impedir. É uma enorme mudança.

E na Câmara – nas duas casas, na verdade – aumenta a bancada do agro. A bancada de conservadores, a bancada da direita. As pesquisas de opinião assustaram tanto Bolsonaro, dando-lhe números baixos, na casa de 30%, que ele saiu desesperado em campanha. Resultado: elegeu uma grande bancada para apoiá-lo.

Vai ser muito fácil para Bolsonaro, caso ele se reeleja, governar nos próximos quatro anos: ele vai poder passar as leis e reformas que desejar; ao mesmo tempo, será difícil para Lula governar com um Congresso onde ele vai ter minoria.

Essa é a grande mudança de domingo: a força da direita, do centro, dos conservadores na Câmara e no Senado, com grandes e aguerridas figuras aguerridas, com vozes fortes.

SEGUNDO TURNO – Claro que a governabilidade vai depender do dia 30, dos resultados do segundo turno. Pode sair vencedor um que vai ter uma governabilidade difícil, ou outro que poderá, enfim, fazer as reformas e mudanças legais que realmente queria, provavelmente com o Supremo tentando ir contra.

Enquanto isso, na corrida pelos votos, o presidente Bolsonaro já saiu na frente de Lula. O petista conseguiu o apoio do PDT de Carlos Lupi, mas não diretamente de Ciro Gomes, que até disse que segue o partido, mas nem mencionou o nome de Lula – também, depois de tudo o que Ciro já disse de Lula… E o petista também recebeu o apoio do Cidadania, o antigo Partido Comunista Brasileiro, de Roberto Freire, do Cidadania.

Mas Bolsonaro já está com apoio nos quatro maiores colégios eleitorais do país. Imagine que o governador tucano Rodrigo Garcia, de São Paulo, que ficou fora do segundo turno, anunciou apoio explícito a Bolsonaro e Tarcísio de Freitas: foi a Congonhas para se encontrar com o presidente e tiraram fotos juntos. Deve ter sido um choque para o PSDB, mas Garcia sabe o que está fazendo.

NOS TRÊS MAIORES – São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. No segundo maior, Minas Gerais, Romeu Zema fez a mesma coisa e declarou apoio ao presidente. No Rio de Janeiro, o governador reeleito no primeiro turno, Cláudio Castro, já tinha dado o seu apoio a Bolsonaro, que o estava apoiando.

E agora, na Bahia, que é o quarto colégio eleitoral, o candidato ACM Neto, que tem uma grande força na política baiana e foi para o segundo turno na disputa para governador, já disse que está com Bolsonaro e vice-versa, pois Bolsonaro disse a mesma coisa. Esses movimentos são capazes de atrair eleitorado.

Por outro lado, o agronegócio deve estar se perguntando por que Bolsonaro teve menos votos que em 2018 no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, sendo que se formou agora a maior bancada pró-agro da história na Câmara e no Senado.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)  

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Um dia acordei para ‘jornalizar’ a vida com os meus leitores. Nesta época trabalhava no extinto jornal Tribuna do Ceará, de propriedade do saudoso empresário José Afonso Sancho. Daí me veio a ideia de criar o meu próprio site. O ponta pé inicial se deu com a criação do Caririnews, daí resolvi abolir este nome e torna-lo mais regional, foi então que surgiu O site “Caririeisso” e, desde lá, já se vão duas décadas. Bom saber que mesmo trabalhando para jornais famosos na época, não largava de lado o meu próprio meio de comunicação. Porém, em setembro de 2017 resolvi me dedicar apenas ao site “Caririeisso”, deixando de lado o jornal Diário do Nordeste, onde há sete anos escrevia uma coluna social…

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