Lucyenne Landim
O Tempo
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, cancelou a ida ao Congresso Nacional para participar de sessão solene pelo Bicentenário da Independência do Brasil. A informação foi confirmada pelo cerimonial do evento cerca de 30 minutos antes do início da cerimônia, marcado para 10h desta quinta-feira (6). O cancelamento também foi anunciado pelo Senado.
Não foi apresentada justificativa para a ausência. A agenda oficial de chefe de Estado não prevê outros eventos públicos do presidente nesta quinta. Há expectativa, no entanto, que ele cumpra compromissos da campanha eleitoral em Brasília (DF)
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DE REPENTE – Além da agenda oficial informar a presença de Bolsonaro no “Aniversário do Bicentenário da Independência do Brasil” às 10h desta quinta, a ida dele foi anunciada tanto pelo Senado, quanto pela Câmara dos Deputados.
Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada – residência oficial do presidente da República na capital federal – por volta de 9h desta quinta e foi atender a apoiadores que estão no local no chamado “cercadinho”, ainda em indicação da ida ao Congresso. O momento foi transmitido no Facebook do candidato.
Nos bastidores, havia a expectativa de que Bolsonaro pudesse ter suas ideias confrontadas em algum discurso no Congresso, o que o desagradaria e poderia tensionar o clima de campanha eleitoral.
DISSE PACHECO – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por exemplo, afirmou que o “amplo direito de voto – a arma mais importante em uma democracia – não pode ser exercido com desrespeito, em meio ao discurso de ódio, com violência ou intolerância em face dos desiguais”.
A desistência do presidente da ida ao Congresso acontece um dia depois dos atos convocados por ele pelo 7 de Setembro.
Nesta quinta-feira, a cerimônia no Congreso teve a presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux. Apesar de convidados, nenhum deles compareceu ao palanque de autoridades no desfile militar do 7 de Setembro. O procurador-geral da República Augusto Aras também foi à sessão solene no Congresso.
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE – Como se vê, a ausência de Bolsonaro na sessão solene do Congresso foi apenas um revide aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo, que boicotaram o desfile em Brasília, como protesto ao aproveitamento político-eleitoral que Bolsonaro fez, usando o Sete de Setembro como instrumento de campanha. Apenas isso.