Daniel Gullino
O Globo
O Supremo Tribunal Federal Suíço determinou a repatriação para o Brasil de US$ 16,3 milhões que estão em contas do ex-prefeito Paulo Maluf. A informação foi divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que também informou que não há mais possibilidade de recurso no caso, e que a expectativa é que os valores sejam devolvidos em breve.
Em dezembro, o Tribunal Penal Federal Suíço havia determinado a devolução, mas a defesa de Maluf recorreu. Agora, a decisão foi confirmada no dia 2 de fevereiro, de acordo com a AGU. O governo brasileiro é representado no caso por uma ação conjunta entre a AGU, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Justiça.
LAVAGEM DE DINHEIRO – A repatriação diz respeito ao caso no qual Maluf foi condenado a sete anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017, por lavagem de dinheiro. Essa e uma segunda pena foram extintas no ano passado pelo ministro Edson Fachin, após o ex-prefeito cumprir mais de um terço.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Maluf atuou na lavagem de dinheiro que foi desviado de obras públicas e fez remessas ilegais ao exterior. Segundo as investigações, os recursos lavados seriam oriundos principalmente de desvios das verbas para a construção da Avenida Água Espraiada, em São Paulo, quando ele foi prefeito da cidade (1993-1996).
Maluf, que tem 92 anos, ficou preso entre dezembro de 2017 e março de 2018 no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Depois, ganhou direito a prisão domiciliar, que vigorou até 2022, quando ele ganhou liberdade condicional.
UM MINUTO POR FAVOR: Maluf é o mais esperto dos ladrões do erário, dá show em fortes concorrentes como Lula, Dirceu, Cabral e Cunha. Com uma folha corrida enorme, só ficou preso por três meses e meio. Na cadeia, fingia que não conseguia andar até o banheiro, pedia ajuda ao companheiro de cela. Alegou que tinha câncer e ganhou prisão domiciliar. Realmente tinha câncer, mas operou em 1990 e o câncer nunca mais voltou…