Paulo Peres
Poemas & Canções
O pernambucano Alceu Paiva Valença é formado em Direito e pós-graduado em Sociologia, mas por causa da música desistiu dessas carreiras, para ser cantor e compositor. A letra de “Ai de Ti, Copacabana” retrata um bairro da zona sul carioca, que atravessou o tempo da imagética do Rio de Janeiro.
A canção foi inspirada no seguinte trecho de uma crônica do saudoso Rubem Braga: “Ai de ti, Copacabana, porque a ti chamaram Princesa do Mar, e cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras; e deste risadas ébrias e vãs no seio da noite“.
A música foi gravada por Alceu Valença no CD Na embolada do tempo, em 2005, pela Indie Records.
AI DE TI, COPACABANA
Alceu Valença
Eu te procuro
No Leblon, Copacabana
Vejo velas de umbanda
Um buquê jogado ao mar
Um marinheiro, estrangeiro, desumano
Deixou seu amor chorando querendo se afogar
No mar
Oh, oh, no mar
Eu te procuro nos lençóis da minha cama
Ai de ti, Copacabana, será duro o teu penar
Pelo pecado de esconderes quem me ama
Ai de ti, Copacabana, será submersa ao mar
No mar
Oh, oh, no mar
O riacho navega pro rio
E o rio desagua no mar
Pororoca faz um desafio
No encontro do rio com o mar
No mar
Oh, oh, no mar
Então mergulho no meu sonho absurdo
Entre carros, conchas, búzios
Entre os peixinhos do mar
Lembro Caymmi, Rubem Braga, João de Barro
E sigo no itinerário da princesinha do mar
No mar
Oh, oh, no mar