Passear por entre as prateleiras, folhear um livro, escolher um título que nem estava na lista de leitura são experiências proporcionadas pela ida a uma livraria. Mas tem sido cada vez mais difícil manter este hábito, já que muitos desses espaços deixaram de existir. Principalmente essas livrarias de rua.
Na Avenida da Universidade, bairro universitário e cultural da cidade, uma charmosa casinha de fachada simples abriga a Lamarca, um dos poucos espaços que ainda nadam contra a corrente para manter suas portas abertas. O espaço é aconchegante e por lá a compra de livros faz parte de uma experiência maior, já que é possível tomar um café, ouvir uma música ou marcar um encontro com os amigos. A crise que assolou as mega livrarias, reverberou também nos pequenos negócios e esta livraria surgiu justamente em um momento de forte crise do setor. Guarany Oliveira, proprietário da Lamarca, conta como foi difícil nascer em meio a esse contexto. “A gente começou o negócio nesse momento e a gente foi entendendo depois essas dificuldades, então eu sempre coloquei recursos dentro da livraria e a gente foi sempre jogando xadrez com as contas.”
Mas o esforço deu certo, e o público foi chegando e se apropriando do espaço, que no início cabia em 20 metros quadrados. Público que virou fã e ajudou em diversos momentos difíceis da livraria. “Essa visão do público faz com que a gente sempre, nos momentos de dificuldades, que a gente chega no limite de fechar ou não a livraria, receba ajudas, e ajudas assim: a presença, a compra desses clientes que faz com que a gente supere essas dificuldades momentâneas”, celebra Guarany Oliveira.
Seis anos se passaram desde que a ideia de abrir um espaço físico para a venda de livros surgiu. Com o tempo, a estrutura melhorou e hoje a Lamarca conta com mais de 14 mil títulos disponíveis. Mas os desafios de manter uma das últimas livrarias de rua da cidade também acompanharam a história de resistência deste espaço. Fonte: BdF Ceará