Por g1 — Brasília
Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República e terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, fez um pronunciamento nesta segunda-feira (26) em São Paulo no qual criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que estão à frente na corrida pelo Planalto. O pedetista se colocou contra a tese do chamado “voto útil” e se disse “vítima” de uma “campanha virulenta” que tenta, segundo ele, fazê-lo desistir da eleição.
Nas últimas semanas, apoiadores de Lula e de Ciro Gomes passaram a defender que eleitores do candidato do PDT migrem para o ex-presidente com o objetivo de levar o petista a vencer já no primeiro turno, marcado para 2 de outubro.
MAIORIA ABSOLUTA – Para vencer uma eleição na primeira rodada da disputa, um candidato precisa somar 50% mais um do total de votos válidos (sem contar votos brancos, nulos e abstenções).
Um levantamento divulgado pelo Datafolha na semana passada, por exemplo, mostrou Ciro com 7% das intenções de voto. Na mesma sondagem, Lula apareceu com 47%, e Jair Bolsonaro, com 33%. Na pesquisa Ipec também divulgada na semana passada, o pedetista ficou com 7%; Lula, com 47%; e Bolsonaro, com 31%.
No pronunciamento desta segunda, Ciro declarou: “Estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional e internacional, para retirada da minha candidatura. Anotem e leiam meus lábios: nada deterá minha disposição em seguir em frente […] e denunciar os corruptos, farsantes e demagogos que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas”.
CONTINUA CANDIDATO – “Minha candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância. E meu nome continua posto, como firme e legítima opção, para livrar nosso país de um presente covarde e de um futuro amedrontador.”
Sem citar nomes, Ciro Gomes disse “querem” calar o que ele chamou de “vozes da dissidência” e submetê-las a dois blocos rivais que, na opinião do pedetista, disfarçam “profundas semelhanças”.
“Agora, na reta final da campanha mais vazia da história, embalam tudo no falso argumento do voto útil. Com essa pregação, querem eliminar a liberdade das pessoas de votar. No regime de dois turnos, primeiro [deve-se votar] no candidato que mais representa seus valores e, se for o caso, optar depois por aquele que mais se aproxime de suas ideias”, declarou Ciro Gomes.
ESTELIONATO ELEITORAL – O pedetista dedicou boa parte da fala a criticar Lula e Jair Bolsonaro e disse que há um “estelionato eleitoral” em andamento, pois, na opinião dele, quem votar em um dos dois adversários será “ludibriado”.
“Os que pensam que apertar o 13 elegerão Lula, mesmo que com seus defeitos, estarão, na verdade, elegendo os mesmos que saquearam o país nos últimos anos, com os quais Lula vergonhosamente de novo se aliou”, declarou Ciro Gomes nesta segunda.
“Aqueles que pensam que apertar o 22 elegerão Bolsonaro, mesmo que com suas deformidades, estarão, na verdade, elegendo a outra parte da corja que saqueou o país em governos anteriores e que pularam para um barco que disputa, com a mesma rota, a reta de chegada ao caos.”
NOTA DA REDAÇÃO DO SITE – Disse ainda Ciro Gomes, “Bolsonaro não existiria se não fosse a grave crise econômica e moral dos governos petistas”. “E Lula não sobreviveria, em sua ameaçadora decadência, se não fossem os desatinos criminosos de Bolsonaro”. Ou seja, vamos repetir: um pelo outro, eu nem quero troca, como se dizia antigamente.